segunda-feira, 17 de março de 2008

PUTA QUE PARIU, viu...

Querida População,

Bom Dia. Os Mortos? acordam.

Nosso show de sábado na Feira Hippie foi filmado por Paulo Planta, jornalista campineiro, torcedor do atlético e gente boa. Planta escreve no Papo que Rola. Passem lá! Tem um post com vídeos do nosso último show na Feira Hippie e uma entrevista com final feliz.

Paulão informa que o Projeto Música que Rola, que conta com apresentações de muitos músicos de Cumpenis City irá se materializar novamente no Dali. Bora?

Bom, eu li no Papo que Rola algo que me horrorizou mais ainda em relação ao cenário musical da nossa cidade. Sobre Músicos e Diaristas, uma coluna que o jornalista já havia escrito no Diário do Povo. Nem digo nada. Corram lá e leiam. Tem bar pagando menos do que o salário de um diarista. Puta que pariu, viu.

Deixei um outro comentário que vale a pena ser dito aqui também:
( já tá lá no blog do Paulo, então aqui vai miúdo)

fico imaginando o que os ramones, os violent femmes, ou o raul diriam disso.

nossos músicos campineiros, que 99% das vezes começam a carreira tocando em bares, vêem-se obrigados a satisfazer o proprietário do bar tocando covers encomendados (geralmente os que "vendem" mais) e sendo desvalorizados com cachês tragicamente cômicos. isso despersonifica qualquer vestígio de expressão artística verdadeira/sincera.

nossos músicos encontram-se vendendo gingle-covers e tocando solitários enquanto clientes os ignoram (ok, há aplausos ocasionais quando o gingle-cover é um hit de alguém famoso). fico pensando o que os difere de um cd player.

pessoas de talento sendo transformadas em cd players para poderem expressar a sua "arte". isso parece cena de ficção futurista. tragédia.

o que diria bob dylan desse fenômeno social? ou geraldo vandré? parece que antigamente as pessoas cantavam por outros motivos... cadê a música brasileira, pôrra? só vejo cd players, e antigos ainda, caralho. somos mais que isso? cadê, então. puta que pariu, viu.

Não é que Mortos? condenem ao lago de fogo e cheiro de enxofre qualquer tipo de covers. 2 membros de nossa organização se divertem tocando jazz anos 30 durante entrevistas em que eu critico o predomínio de covers nos repertórios de hoje. Como disse sabiamente B., "Se Russo Jazz Band é cover, o que é a orquestra sinfônica de Campinas"? Hah! Moral da história: se você vai tocar covers perante a população brasileira, seja punk o suficiente pra tocar covers originais e significativos. Inove. Deixe a sua marca. Porque, acredite ou não, a música é a expressão do que você pensa, acredita, sente.

Mas os Mortos?, insaciáveis, em plena fuga do cemitério, em busca de cérebros, beliscam a população e perguntam: você pensa por si próprio ou só repete o que os outros dizem?

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