domingo, 8 de novembro de 2009

Sobrevivendo com Alguns Arranhões

Mais uma semana que pareceu um mês. No fim da noite de sexta, lá ia eu de novo na Rebouças em rumo ao apê do Conde, depois de ficar procurando a minha chave por mais ou menos 50 minutos.

Semana de calor em São Paulo. De inferno. Cacos. O cansaço como areia movediça me engolindo. Lembrei de um comentário que a Ju deixou aqui no blog que diz tudo: "fim de noite, fim de semana, fim de carreira...". Só havia uma esperança pro meu senso de humor naquele momento - a Desorganização Mortos?WaterhouseCoopers.

No meu CD player rolava Edie Brickell (Little Miss S.).

You got a lot of living to do without
You got a lot of living to do without life

A Rebouças até que andava bem. Passei por um comando na outra pista. Minha carteira continuava vencida. Bom. Escutei Edie Brickell quando morei no Colorado. Voz suave, letras que estimulam a imaginação, ótimas guitarras flangerizadas, baixo e batera. Sensação de introspecção e movimento simultâneos. São Paulo ficava mais interessante. Edie and the Bohemians tocavam agora "What I am". Assim como a Aspirina Infantil tem efeito analgésico e antitérmico em uma criança manhosa e febril, as imagens criativas sobre filosofia e religião começavam a baixar a taxa de desespero no meu sangue.

Philosophy is the talk on a cereal box
Religion, is a smile on a dog

I'm not aware of too many things
I know what I know if you know what I mean

Choke me in the shallow water
Before I get too deep
What I am is what I am are you what you are or what?


Peguei Conde e fomos direto ao Pã de Açúcar, tradição da M?C numa sexta-feira-fim-de-carreira. Fomos comprar comida mas que comida, o quê. Oito Boehmias Oaken meio-geladas. Calor. Inferno na terra.

Enquanto esperávamos as Oakens gelarem ficamos na cozinha conversamos sobre a nova arte gráfica do Myspace e blog, o novos programas com Dominique Glocheux ("Cozinhando com Dominique", "Dominique e os Astros", etc.), Ramones, mulheres bonitas, e de repente tivemos um ataque de riso fatal. Uns 15 minutos sem conseguir falar. Abdômens travados. Filmando tudo. De repente parecia que ia parar. Mas aí começava de novo. Eu achei que ia morrer, ataque cardíaco, sei lá. Quá quá quá, etc ad infinitum. Cara. Mas porque a gente tava rindo? Lembro não, baby.

Nem importa.

O joelho do Conde tava melhor. O meu desespero também. Os Mortos? vão sobrevivendo com alguns arranhões. Cazuza era até otimista, se pensar bem.

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